Páginas

terça-feira, 5 de abril de 2011

História de Paris (2)



Paris (Lutécia) foi atacada pelos germanos pela primeira vez em 275, por parte dos alamanos. A cidade se encolheu para a Île de la Cité (onde fica Notre Dame) e tornou-se fortificada. Assim descreve a cidade o general Juliano, por volta de 360:

"Aconteceu que, naquele ano, eu me acantonei com as tropas para esperar a passagem do inverno em minha querida Lutécia: esse é o nome com que os celtas designam a fortaleza dos parisienses. Trata-se de uma pequena ilha de pequena extensão localizada no meio do rio, que é cercada por uma muralha de todos os lados e alcançada por duas pontes de madeira que vão até as duas margens. (...) O inverno não é rude, e a temperatura é amena o bastante para que cresçam nas redondezas vinhedos de boa qualidade." (IN: COMBEAU, Yvam. Paris: uma história. Porto Alegre: L&PM, 2009. P.16-7)



O cristianismo na cidade foi introduzido por conta desta época. Cercada de lendas, atribui-se a São Denis (Dionísio) esta responsabilidade, pelo que veio a ser executado na atual região de Montmartre (Monte dos mártires) e mesmo decapitado teria caminhado portando na mão a própria cabeça e veio a falecer lá na atual abadia de Saint-Denis (uns vinte minutos de táxi se você quiser repetir o trajeto do santo).

No ano de 406 para azar dos parisienses o rio Sena congelou e foi uma festa: visigodos, alamanos, francos e borgúndios saquearam os pobres gauleses. Em 451 foi a vez do Flagelo de Deus, Átila, o huno. Dez anos depois e os francos cercaram e saquearam a cidadela. Nestes tempos destacou-se a figura de Santa Genoveva que incitou os parisienses a defenderem a cidade tanto contra hunos como contra francos, e atribui-se à sua figura o abastecimento da cidade com provisões das regiões de Brie e Champagne (bem simbólico, isto). O primeiro rei franco, Clóvis, foi esperto o bastante para fazer um acordo com a dona, converter a si e a seus guerreiros ao catolicismo e entrar pacificamente em Paris, que passou a capital do seu reino em 496.



Esta estória da Santa Genoveva me parece tão verdadeira quanto a de Joana D'Arc....