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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A novela da compra de passagens para Ávila (a Espanha parece com o Brasil)
























Há mais de trinta anos atrás vi um poster das muralhas de Ávila, à noite, em uma loja especializada em materiais gráficos de Juiz de Fora, uma papelaria voltada para artistas. Foi uma imagem marcante, e sempre pensei que visitar aquela cidade medieval era mais que um sonho. Quando finalmente decidimos viajar a Madri fiquei feliz em saber que Ávila se situa próximo da capital espanhola.

Quando fiz os primeiros testes nas maquininhas da Renfe, na estação Atocha vi que as opções para Ávila seriam apenas para trens noturnos. Achei esquisito, todas as outras cidades estavam lá, idêntico à uma compra online,mas justo Ávila, não. Na estação de Puerta del Sol o mesmo problema se sucedia.Pensei, não vou conhecer Ávila (online não se vende para cartões estrangeiros).

Uma tarde encarei a fila de atendimento, e a funcionária me alertou: para comprar passagens em Ávila somente na estação de Chamartin. Achei aquilo coisa país burocrático e sub-desenvolvido, você ter que ir a uma estação específica para apenas comprar um ticket (depois verifiquei, que à maneira da América Latina, os funcionários não sabem o que estão falando).

Fui à Chamartin em uma manhã apenas para comprar os tickets. Chegando lá uma atendente junto à máquinas me avisou que para Ávila eu teria que comprar diretamente no guichet, que só abriria às 14h!. Fiquei desolado, parecia conspiração. E eis que vejo num cantinho, isolada, uma maquininha de bilhetes diferente das demais. Era para venda de passagens para percurso de "média distância", e lá se encontravam à venda os bilhetes para Ávila (MD). Impressionante, por que não reunir tudo em um padrão único, juntamente com as venda dos percursos de curta e longa distância?

Comprei os tickets, eu iria até Ávila (€21, ida e volta)


Centro Comercial Plenilunio (Madri)


Matilde queria ir a alguma Primark, pois ela gostou muito das de Londres e Coimbra. A de Madri fica no longínquo centro comercial Plenilunio. Pegamos a linha 5 em Puerta del Sol, e depois de dezessete estações e mais vinte minutos de caminhada chegamos lá, totalizando uma hora e quinze minutos de viagem. Da minha parte eu gosto bem de irmos a bairros periféricos,f ora do circuito de turistas, ver como vive o cidadão comum.





























O shopping em si não é nada de mais, Madri não possui um gigantesco centro comercial como os de Londres ou Paris, mas eu gostei bem de ver a qualidade de vida da periferia de Madri: prédios amplos com quadras e praças por perto, carros estacionados nas ruas com toda a segurança.



Apesar dos preços baixos, não compramos nada na Primark. Era uma da tarde e resolvemos almoçar. Escolhemos um restaurante italiano, parecia estar aberto embora uma faxineira ainda limpasse o chão. Escolhemos o nosso pedido, mas a atendente respondeu espantada: somente depois das 14 horas!. Os espanhóis almoçam tarde. Escolhemos uma casa de kebabs, e mandei ver um kebab vegetariano e suco (€7).

Após o almoço ficamos no shopping mais uma hora e meia. Uma vendedora de planos de saúde, ou algo assim, veio até mim com um folder e falando rapidamente. Disse-lhe: "No compreendo español". A moça se afastou com uma expressão desalentada, ou ela jurava que eu era seu compatriota ou nunca tinha visto alguém que não fala espanhol, ora, que espantoso, rs...