É troféu que não acaba mais.
Eu ainda estava aborrecido com os fura-filas e aqui tive novo aborrecimento. Esta é uma sala em que se posta diante de uma câmera para que você tire uma foto que fica armazenada. São três câmeras, na realidade. Aguardei uma família tirar uma foto e observei o procedimento. Por descuido meu, parte do meu corpo estava no campo visual do marido e dois filhos. Eles não me avisaram e não se aborreceram com isto. Mas a jovem mãe, uma espanhola com menos de trinta anos, me alertou em inglês que queria licença para sua família. Nada mais razoável, dou-lhe razão, mas o seu tom pernóstico, superior, condescendente, de megera, dominadora, como quem fala com adolescentes cansativos me irritou profundamente. Não manifestei contrariedade e acedi.
Duas pessoas me haviam dito que os espanhóis se sentem superiores aos demais. Não constatei isto, e creio que o brasileiro tem um ressentimento crônico de inferioridade diante dos europeus, mas desta vez eu fiquei pensando o que levaria uma jovem adotar uma postura matrona diante da família, não havia ameaça sobre eles e o marido quarentão grandalhão me parecia bem capaz de se defender. Mas este não foi o último aborrecimento no Bernabéu.