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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Queensway station e Central Line


A nossa senhoria havia nos avisado que valia a pena dar um pulo em Queensway, uma avenida próxima a Notting Hill. "Próxima" em termos de Londres, após eu conseguir encontrar o caminho em direção ao centro, pela Notting Hill Road, tivemos que andar uns bons oito quarteirões até lá.



Muito cansados, paramos em um McDonalds da Bayswater Road, avenida que beira o Hyde Park, em direção à Oxford street. Enquanto eu pagava e esperava pelos pedidos, vi uma senhora tentando conversar com a minha namorada, que não fala inglês. Sentei-me e a senhora, muito sorridente e simpática, nos perguntou de onde éramos. Expliquei, ela disse que pensou que Matilde era italiana (o mais próximo que os europeus pensaram de nós, tanto em Paris como Londres, é que somos italianos ou falamos espanhol), e que acreditava que todos os brasileiros são afroamericanos. Dei o contexto histórico mínimo, e ela, em um inglês universal muito fácil de compreender pôs-se a falar sobre diversos assuntos, países e viagens. Disse que tinha vontade de conhecer Paris, mas tinha medo "daqueles árabes". Relatei que não tive qualquer problema em Paris.

Usando um lenço semelhante ao da civilização islâmica, ela se identificou como israelense habitante de Istambul. Quis saber de nossas profissões, eu respondi, e ela me perguntou sobre o ofício da advocacia:

- Good money?


A primeira vez que vi o mapa do metrô no site da TfL fiquei preocupado: como vou lidar com isto? Na verdade, não é difícil. Eu me concentrei primeiro em entender a linha Circle, depois você raciocina as baldeações nas linhas Central, Bakerloo, District, Hammersmith e Jubilee que são as mais úteis. Depois de alguns dias você se sente em casa e não se intimida mais.



Juiz de Fora não tem metrô, infelizmente, e antes de ir a Paris, só havia andado por este meio de transporte uma única vez, em São Paulo. Então, andar de metrô é diversão para mim, um fato significativo.




Desde que você identifique a linha mais prática, dentro das estações é fácil achar a sua plataforma, basta ter noção se você vai para qual ponto cardeal: Westbound, Eastbound, Northbound ou Southbound. É necessário tomar cuidado quando duas linhas com destinos diversos compartilham os mesmos trilhos. Preste atenção para não confundir a Circle (amarela) com a District (verde).







Saída não é exit, é "way out". Se você quer saber qual é o melhor caminho para determinado ponto, basta perguntar: "excuse me, what's the best way out to...". Se é gramaticamente correto eu não sei, mas sempre funcionou comigo.

Andando por Kensington


Miss Ksenia nos deixou em Portobello e foi trabalhar. Indicou-nos o ponto de ônibus de volta para Paddington. Mas eu queria era achar a livraria do Hugh Grant, rs... Não encontrei e fui andar por Kensington. Fiquei meio perdido, a primeira de uma meia dúzia de vezes. 







Pelo que vi, a alta classe média de Londres não mora em edifícios modernos e nem em condomínios fechados, mas em belas casas de bairros arborizados, tranquilos, com pouco barulho.






Supermercado tudo por £1




Eu sabia que havia um supermercado 99p em Camden Town, mas este aqui foi surpresa. Ninguém espera encontrar muita coisa num estabelecimento destes. Mas vi que os moradores da região se abastecem nele, tem filas o tempo todo. Note: aqui é Kensington & Chelsea, bairro classe A.



Quase todos os chocolates que eu trouxe vieram daqui.









Portobello Road (3) ou o dia que eu tive medo de uma vendedora russa.









Autêntico e caro.

Falafel é um prato que cativa o meu estômago.


Matilde encontrou os souvenirs que queria em uma barraca de uma senhora russa. Ela vendeu seis pelo valor de £5, deu uma de presente. Eu agradeci, mas a vendedora pôs-se a falar agressivamente comigo: "Fala para ela que eu vendi seis por cinco, anda, traduz para ela, fala que uma foi de graça!". No Brasil vendedor somente é ríspido com o cliente em circunstâncias muito específicas, e em última hipótese, o CDC tem alguma efetividade. A minha senhoria, miss Ksenia Voronova, intercedeu e pôs-se a esclarecer o incidente com a compatriota. Eu senti que a pronúncia, a dicção, o sotaque da comerciante era diferente da fala mais suave da minha locadora e também pelos filmes russos que assisto.

Perguntei a ela: "ucraniana?" A comerciante ouviu, e veio: "Eu não sou ucraniana, sou russa!" Pedi desculpas, mas eu sabia da suscetibilidade da questão entre eles. Para um professor de História apurar estes fatos é material de raciocínio e didático.

Miss Ksenia me esclareceu que os russos têm esta necessidade de se impor com os outros, que ela também fora assim quando mudara para Londres há quinze anos atrás.

Independentemente disto, a comerciante tinha hálito alcoolizado.

Portobello Road (2)


Eu não gosto de mentiras, e nem de enganar as pessoas, ficar tirando onda e coisas afim. Não achamos Portobello grande coisa. É legal, é divertido, você vê muita gente bonita e tal, mas como rua, centro de eventos e opções de compra a região deixa a desejar. Para mim valeu a pena por dois estabelecimentos, cada um merecendo um post à parte.













Comprar cds nas barraquinhas de Portobello é besteira. Vi uma loja vendendo vinis usados dos Smiths (não estou falando dos novos de qualidade superior), que você encontra até em Juiz de Fora por dois ou três reais, por quinze libras. Coisa para enganar turistas trouxas.







Pub.






Nas barracas de vintage há simpáticas senhoras japonesas vendendo casacos com design japonês por cerca de £30. Elas pareciam estar muito orgulhosas do design nipônico. Eu entendo lhufas de moda, mas desde que fui em Paris que eu reparei que os japoneses usam umas roupas muito transadas



Portobello Road


Na sexta-feira à tarde fomos na famosa feira de Portobello Road. Nos anos oitenta lá eram encontrados vinis e cds alternativos muito procurados pelos roqueiros. A região também é famosa por causa do filme de Hugh Grant e Julia Roberts, Um lugar chamado Notting Hill.






 Esta charanga está à venda.











 Pintura em 3D, muito legal.


 As moças à direita faziam propaganda de uma peça de teatro relacionada às suffragettes.



As feirinhas vendem quase sempre roupas usadas (vintages). As lojas têm roupas novas de todos os preços. Não compramos nada, a não ser souvenirs, não era vantajoso.


Automóveis


























Eu queria muito ter fotografado e filmado os muitos carros legais que vimos em Londres, mas isto não é facil de fazer sem violar a privacidade de seus proprietários. Os ingleses gostam mesmo de carrões. Mercedes-Benz classe S, Porsches, Audis R8 e BMWs series 5 têm aos montes, eu diria que metade da frota de carros particulares são veículos esportivos e/ou de luxo. Nos bairros mais ricos como Kensington e Mayfair, por exemplo, em cada mansão há dois carros de luxo. Entre os veículos populares há muitos Ford, Vauxhall (a Opel de lá), VW, e as marcas francesas e japonesas. Vi também muitos Mini. Entre os muito luxuosos vi bastante Lamborghini e Maserati. Tal como em Paris, quase não há pick ups, embora há muitas SUVs de luxo. Vi poucas Ferraris e nenhum Bugatti Veyron. Volta e meia havia alguma ridícula limousine estadunidense. Os carros caríssimos são estacionados na rua, despreocupadamente. Quase não há policiamento e não há flanelinhas.

Eu vou atualizar este post regularmente com mais fotos.