Na volta ao Brasil via Roma passei por alguns sustos e um aborrecimento já previsto:
a) Na véspera do voo, ao fazer o check in via smartphone o site brasileiro da Alitalia não reconheceu o meu email. Não pude fazer check in nenhum.
b) Tentei pelo tablet e consegui fazer o meu check in, mas não o da Matilde, o site não a reconhecia como passageira do voo
c) Tive que resolver tudo e imprimir os boarding cards em uma lan house de proprietários turcos que não falam inglês.
d) No guichê da Air Berlin o atendente se espantou com os boarding cards impressos e ele teve que proceder à novo check in, é como se imprimir bilhetes fosse algo do passado e não mais funcional.
e) Não nos serviram refeições vegetarianas como eu havia escolhido no site brasileiro da Alitalia, e desta vez eu já presumi que este fato se repetiria como na ida e nem perdi tempo em informar os comissários de bordo.
Assim como na ida relatei o passageiro produtor rural que ficou descrevendo minuciosamente os milagres que acredita ter sido merecedor e também sobre o pastor que celebrou um mini-culto às três da madrugada acordando quem estava ao redor, no voo da volta também topamos com pessoas que não conseguem serem discretas:
a) uma senhora descreveu copiosamente, com as mesmas palavras. sequência e ressentimentos, num tom de voz acima do normal, os aborrecimentos que teve com a Iberia no ano anterior.
b) uma família - marido e esposa jovens e sogros da nora - propiciaram algum entretenimento. A moça quase fez um chilique porque cada um não queria sentar nas poltronas que ela escolhia, e isto durou uns quinze minutos entre os familiares, o troca-troca de lugares. Mas mais divertido foi o marido: uma combinação de cara de bebê com corpo de jogador de futebol americano e uma natural vocação para obedecer à esposa. Em determinado momento ele colocou um chapéu de cowboy, levantou-se, cruzou os braços e ficou olhando em direção aos passageiros. Ficou assim uns três minutos. Não sei se ele é um cantor sertanejo e ficou aguardando aplausos, que não vieram. Depois disto, meio irritado, sentou-se com força e ... quebrou a poltrona, quase me atingindo que estava sentado logo atrás.
Eu não sei se alguns brasileiros se espantam com o fato de encontrarem outros brasileiros na Europa e por isto sentem falta de serem identificados.