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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Adeus, Lisboa (2)


Chegamos na área de embarque duas horas antes do voo. Passamos pelo free shop (pequeno) mas não compramos nada. Nesta hora eu gosto de observar os aviões decolando, isto remete à minha infância e quase sempre como uma novidade para mim pois não há grandes aeroportos onde vivo e só passei a voar há alguns anos atrás.


Havia um grande número de passageiros venezuelanos esperando o voo direto para Caracas. Com duas horas de atraso, às 13h e 30min, os passageiros começaram a cantarolar, protestar e cobrar providências. As explicações da TAP  não os deixaram tranquilos, lógico, tinham toda razão. Quando começou o nosso embarque, por volta das 14h e 30min, foi a gota d'água, pois o avião com destino a Caracas sequer havia "estacionado". 

Um homem de seus trinta e cinco anos, com um tipo físico e fisionomia muito semelhante à de Hugo Chávez, vestido com um uniforme de desportista com as cores e símbolos de seu país, gritou para os demais passageiros: "¡Vámonos!". Um grupo de meia dúzia de pessoas, com o sujeito à frente, simplesmente entrou na nossa fila e disse que não iria deixar ninguém embarcar enquanto a TAP não solucionasse o seu voo. Eu fiquei na minha, sabia que esta postura combativa típica de nossa cultura não iria surtir muito efeito ao norte do Equador. A atendente portuguesa, com educação e firmeza, disse-lhes que teria que chamar a polícia. Os policiais chegaram e educadamente alertaram o passageiro e seu pequeno grupo que dali sairiam diretamente para o "tribunal" (suas palavras), o que implicaria em maior atraso do voo, óbvio. Enquanto não se resolvia o impasse, foi permitida a entrada de gestantes, idosos e crianças. Numa dessas um jovem disse que iria entrar à força e peitou o venezuelano. O cara ficou desarmado diante do jovem impetuoso, baixou a guarda e aí não teve mais jeito, todos entraram, nós inclusive.








Infelizmente não havia vagas nas janelas, não pude filmar a "descolagem", como fiz em Londres.






O almoço vegetariano da volta foi melhor do que da ida, fica claro que se deve à diferençados serviços prestados em cada país pela empresa terceirizada contratada para fornecer refeições.


Foi a primeira vez que sobrevoei o norte da África, nenhuma rota de voo é completamente regular ou linear, pelo visto, há sempre umas quebradas.

Bom, a volta não me faz recordar maiores eventos, lembro apenas que a fila no Rio, para carimbar passaportes foi longa, havia apenas uma funcionária (e ninguém na Receita Federal, como das outras vezes).

Quando cheguei em casa, quase à meia-noite, eu desmontei na cama de tanto cansaço, quase um dia completo sem dormir.











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