Foto: Amanda Dias
A Air France disponibiliza o check in online nas trinta horas anteriores ao horário limite para fazê-lo pessoalmente. No exato minuto em que iniciou lá estava conectado para "escolher" as poltronas. Mas os lugares já foram escolhidos pela empresa, e desconheço os seus critérios. Mas nos foram destinadas duas poltronas nas janelas e uma no corredor, o que é bem mais vantajoso do que três no meio do avião. Não é possível alterar este lugares por "problemas técnicos", o site lhe informa. No check in do avião eu reclamei, sem sucesso, com a atendente.
Ao entrar no avião somos recebidos, em francês, pelos comissários de bordo (todos muito gentis no voo de ida).
Quais são os recursos do avião?
1. Há quatro níveis de conforto a bordo. Os assentos da classe econômica não proporcionam nenhuma posição adequada para um voo de onze horas e quinze minutos, fora os atrasos a bordo.
2. O som do ar condicionado e do próprio avião não lhe permitem dormir com tranquilidade.
3. Há um dvd player à sua frente, e lhe são entregues headphones. Você pode escolher individualmente entre dezenas de filmes, novos e seminovos, a maioria em francês e inglês, pouquíssimos em português. Há dezenas de cds de diversos estilos, selecionados pela Fnac. Eu ouvi David Bowie (Ziggy Stardust), Coldplay, Massive Attack, Led Zeppelin, Pink Floyd e alguns de jazz. Há joguinhos e um painel completo do voo (onde você se encontra sobrevoando, velocidade, tempo e distâncias, percorridos e a percorrer, altitude, etc). Há uma câmera que permite ver a pista no momento da decolagem (show!).
4. O jantar é satisfatório, mas não chegou a ser saboroso. Posso dizer o mesmo do almoço. Se quizer alimentar-se de forma complementar você pode pedir bebidas e sanduíches na cozinha nos fundos do avião. Os comissários falam em francês e inglês (muito bem), e entendem o básico do português, com forte sotaque. Os anúncios da tripulação são feitos em francês, inglês e português, sempre nesta ordem, tanto na ida como na volta.
5. Assim que possível ande e estique as pernas. Os pés ficam inchados. Tome bastante líquido, há forte desidratação. Os banheiros são limpos, mas evite os horários de pico, pois há somente três ou quatro cabines para quase trezentas pessoas.
6. No aeroporto não vi os tipos barraqueiros e nem aqueles "mestres de cerimônia" que comportam-se como assíduos frequentadores de voos internacionais. Não vi ninguém tirando onda de jetset. Mas no voo uma portuguesa de uns quarenta anos começou a falar alto sobre o seu assento. Durante a madrugada acendeu uma luz individual para uma leitura que fez acordar quem estava a seu redor. No voo de volta um casal de jovens argentinos falaram como pobres argentinos na chuva. Houve uns pedidos de silêncio por passageiros, mas sem resultados.
7. Não há muito o que ver, fora: o Rio à noite (nem tão maravilhoso assim), uma cidade do interior do Pernambuco, o deserto do interior da Espanha (lindo) e a França (toda coberta por nuvens). Na chegada não se vê Paris (o aeroporto Charles de Gaulle fica em Roissy, ao norte da capital francesa).
Onze horas de voo cansam muito menos do que onze horas de ônibus.
O mais emocionante? A decolagem, o exato instante do take off.
Arrepio-me só de lembrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário