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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Do aeroporto ao apartamento: táxi ou RER B3?



Passado o controle policial fomos pegar as malas, as quais chegaram em menos de dez minutos. Esta é uma das vantagens do voo direto: não há riscos de extravio porque a mala não sai andando por aí. Perguntei a um policial se era tudo, ainda não havia caído a ficha de que bastava exibir o passaporte. Foi o primeiro teste com o meu francês razoável, e ele, muito simpático, perguntou-me onde havia estudado a sua língua. Pequenos fatos assim lhe dão confiança, afinal de contas não viajamos por agências turísticas e sou o único da família que fala francês, ainda que sem muita prática. O policial me indicou duas opções: ir para a esquerda e pegar um táxi, ou ir para a direita e pegar um trem, o RER B3, com destino ao Châtelet Les Halles. Comparativamente:

a) táxi: vantagens: conforto, viajar sentado, descer diretamente no destino, ajuda com as malas; desvantagens: o valor, de 50 a 60 euros (120 a 145 reais) e o tempo: 50 min devido a engarrafamentos (sempre) na autoroute A1.

b) trem: vantagens: tempo (30 min até a estação Châtelet Les Halles - Le Marais/Beaubourg, 4ème) e custo (9 euros = 22 reais); desvantagens: ter que aprender a utilizar as maquininhas de ticket, assim, logo de cara, vagões cheios, descer em uma estação e andar a pé com malas em uma cidade que você não conhece, ter que localizar a sua rua, enfrentar a chuva.

Antes de optar pelo táxi resolvi adquirir um cartão local para ligar para o locador do apartamento que aluguei, conforme combinado contratualmente. Dirigi-me a uma lanchonete e pedi:

- Bon jour, mademoiselle! Je voudrais une télécarte pour le cabinet téléphonique. Combien ce coute ça?
- septeurosetquaranteetcinq...
- Pardon?

Ela fez uma expressão de enfado e repetiu da mesma forma rápida e embolada. Dei-lhe dez euros e aguardei o troco. Em diversas situações o melhor é dar mais e esperar. Funciona bem. Ça marche.

O cartão é este aqui:


Custa 7,50 e = 18 reais e lhe dá 5,50 min para o Brasil e uns 150 min em ligações locais. Não consegui usá-lo, dado o meu cansaço e ansiedade, em um primeiro momento. Há um código nele, mas para o celular. Quando você o utiliza em uma cabine a sequência é esta:

a) Rachochez vous SVP (basta aguardar)
b) Patientez vous SVP (continue aguardando)
c) a voz pede que você disque 1 para francês ou 2 para inglês
d) digite os dez números para a cidade de Paris (06) para celulares ou (01) para fixos, entre outros.
e) você disca e ela te informa o total de euros e os minutos correspondentes, ao início e ao final da ligação.

Optei por utilizar o roaming internacional da Tim (fuja disto, falo mais adiante) e consegui falar em francês, numa boa, com o locador.

Optamos pelo táxi, e foi moleza achar um, há agentes do aeroporto que lhe facilitam a indicação. Era da companhia G7, a mais careira, mas eu estava louco para ir para o apartamento. O veículo era um Passat alemão, dirigido por um jovem do Magreb (norte muçulmano da África: Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito) muito educado e com francês perfeito e algum inglês. Pegamos enorme engarrafamento, não parava de chover, o traslado levou quase uma hora e custou 60,30 e. e o chofer arredondou para baixo (=145 reais).

Quando o táxi passou por esta imagem o meu coração sentiu o tipo de civilização em que nos encontrávamos:


E foi só o começo.

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